Quem nunca se sentou numa esplanada, num dia de verão e pediu uma Coca Cola fresca? Símbolo inconfundível, originalmente de letras vermelhas num fundo branco, com escrita semelhante à manual. Inventada como bebida medicinal, por um farmacêutico, John Pemberton, de Atlanta, Georgia. O nome, rótulo e respetiva publicidade foi desenvolvida por Frank Mason Robinsonque viu na repetição da letra C(oca) C(ola) e nesse tipo de escrita na cor vermelha, a melhor chamada de atenção para o produto. E assim ao longo do tempo, ou com as letras em vermelho e o fundo branco ou com o fundo vermelho e as letras brancas, tornou-se um símbolo forte e reconhecido em todo o mundo!
Coca Cola, simplesmente ou Coca Cola com uma rodela de limão e pedras de gelo, fazendo voar a nossa memória, para longos, quentes e sequiosos dias de verão! Uma bebida de extremos, que é Adorada pela maioria, adultos e crianças ou Odiada, por uma minoria!
O vermelho transmite-nos essa dualidade entre; a paixão, a energia, o desejo sexual e o glamour (cor do coração); e o poder, o perigo, a violência e a guerra (cor do sangue e do fogo). Por simbolizar emoções contraditórias e extremadas, diz-se ser a cor emocionalmente mais intensa!
Esta cor estimula o sistema nervoso e o aparelho circulatório. Dessa forma, um ambiente com excesso de vermelho, pode provocar-nos inquietação, nervosismo, alguma confusão mental. Diz-se de alguém colérico: “estava vermelho de cólera!”.
A cor vermelha surge também associada à boémia, ao divertimento e ao pecado, sendo ao longo do tempo, usada nos bordéis. É também a cor do perigo, da proibição!
No início, o sistema cromático referia-se apenas, à tríade Preto, Branco e Vermelho. O Branco representava o que não tinha cor, o Negro, aquilo que era sujo, e o Vermelho era considerada a “única cor.” O vermelho tinha várias tonalidades e eram utilizadas com fins diferentes.
A cor vermelha remonta à pré-história, originária do barro, sendo que os humanos barravam o seu corpo, ficando com a pele pintada nessa cor. Esta cor aparece no ano 15.000 A.C., em pinturas rupestres nas grutas de Altamira, Santillana Del Mar, Cantábria, Espanha. No Neolítico, apareceu a erva garance, tendo uma raiz que produz cor vermelha e posteriormente era retirada de metais e do mercúrio. Contudo, na Idade Média, esse vermelho assim obtido, era menos luminoso e mais barato. Usava-o o povo. Enquanto que o vermelho então descoberto, extraído dos ovos do inseto: cochonilla, dava um pigmento mais brilhante, luminoso e intenso, o “Carmin” mas, que pela sua origem e extração se tornava caro, passando assim, a ser usado pela aristocracia e pela Igreja, a partir do séc. XIII/XIV (Papa e Cardeais) e portanto, a simbolizar o Poder. Contudo, a dualidade da cor mantém-se, pois nas imagens atribuídas à representação do “Diabo”, aparece este, sempre colorido de vermelho.
No âmbito da pintura, o vermelho tornou-se uma cor popular no séc. XX, sendo comercializada a partir de 1910, tendo sido Henry Matisse, o primeiro pintor reconhecido a utilizá-la.
No mundo ocidental, o vermelho associa-se ao luxo, às festas, aos espetáculos. Quem não conhece as cortinas vermelhas dos teatros?... e acima de tudo, toca-nos de uma forma especial, no que respeita às festas familiares e tradicionais, por juntamente com o verde, constituir a cor por excelência, do Natal!
Vou-vos deixar esta semana, com uma curiosidade histórica, que infelizmente pelo momento atual da Europa, volta a estar bem presente: A cor vermelha, em cruz, pelo menos aos mais velhos, faz-nos lembrar de imediato, questões ligadas á saúde e a fins humanitários, pois representaa Cruz Vermelha, (cruz vermelha, sobre fundo branco) quer se trate da portuguesa, quer se trate da internacional. Define-se como uma organização não governamental, que atua na defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade causada por conflitos armados. Foi fundada por um empresário suíço, Henri Dunant, em 1863, que ficou chocado com a mortandade de uma batalha ocorrida em 1859, em Itália, para unificação deste país, contra os franceses, Batalha de Solferino. Em 1864, os membros da então formada Cruz Vermelha enviaram convites a vários governos europeus, dos Estados Unidos, do México e do Brasil, para que fossem definidas as primeiras determinações humanitárias da História, nessa matéria. Dessa reflexão alargada, que ocorreu em Genebra, cidade em que residia o referido empresário, nasceu a“Convenção de Genebrapara a melhoria das condições dos feridos das forças armadas”, constituindo-se esse documento como a primeira salvaguarda para a proteção dos médicos que atuavam em cenário de guerra, de forma neutra e voluntária. Em 1901, Henri Dunant, foi premiado com o Nobel da Paz!
A Convenção de Genebra, ainda hoje define as Leis Internacionais relativas ao Direito Humanitário Internacional. Deixo-vos a versão atual da Convenção de Genebra, num tempo que queremos de Paz, mas ameaçado pela guerra:
Cá estaremos de novo, daqui a quinze dias. Entretanto ficarão bem acompanhados com a nossa querida Maria Pia, que nos enche a alma de uma leveza chique!
Com ou sem vermelho, elevem a vossa felicidade!
Matilde Proença
Gostei muito Matilde Proença. Continue. Já agora, que me diz sobre o azul inglês e o amarelo? Abraço
Gostei muito Matilde Proença. Continue. Já agora, que me diz sobre o azul inglês e o amarelo? Abraço
Mais uma vez um artigo interessantíssimo e muito bem escrito. Desafio-a Matilde Proença a escrever sobre o “rosa schok”cor eleita na moda para o verão 2022.
Tenho a certeza que nos trará mais um artigo fascinante.
“Sharing is caring”
Obrigada e até breve😘
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amaralcandidamaria@gmail.com
julho 13, 2022
Gostei muito Matilde Proença. Continue. Já agora, que me diz sobre o azul inglês e o amarelo? Abraço