A história prova-nos que guerras, doenças, crimes e outras monstruosidades sempre existiram.
A destruição e flagelo enfraquece as nossas almas mas nunca, nunca, nem assim, o Mundo parou! E é no contexto de ignorância do futuro que cada um se agarra à esperança, alguns também à fé e assim cada um vive como sabe e como pode. E, é seguindo essa perspectiva que o Mundo continua trabalhando e prestando os seus serviços a todos nós.
E neste sentido, como em todos os negócios, o da Moda não pode parar. É uma indústria fortíssima e cada vez e sempre com mais adeptos.
Desde o início do mundo que o ser humano tem de cobrir o corpo porque assim foi instituído pelas leis sociais e de convivência.
Por exigência do frio ou do calor teve de se resguardar e assim começou a fazer “roupa”. Primeiramente com folhagens, peles, trapos”… até que mais tarde veio-se aprimorando e impelido pela vaidade foram desenvolvendo Modas e Estilos.
A moda torna-se assim crucial para superar necessidades ou para enriquecer a criação do sonho da imagem perfeita. E assim começa o processo de Criação.
E ao longo dos séculos fomos assistindo a modas ditadas pelos estilos da época que estavam também muito relacionados com o desenvolvimento cultural…. E pela própria história.
Sem desprimor para os que ficaram para trás, os séculos XVIII, XIX e até meados de XX, cada um com as suas características, foram destacando a Moda de tal maneira que a mesma não ficava indiferente a ninguém.
No entanto, a Moda não era ainda para todos. Era ainda restrita a “fidalgos” e mais favorecidos porque os tecidos eram muito caros.
Mas o povo começou desde logo a “treinar o olhar” e a reconhecer o belo.
E, se hoje procuramos valorizar a Moda em 2.ª Mão por conta das” feridas” do planeta, na altura já se fazia o mesmo, reutilizando os fatos e vestidos dos mais favorecidos, recriando-os e adaptando-os para toda a família. Nada se desperdiçava. Mesmo quando já o pano estava muito puído e já sem qualquer glamour reforçavam-se essas partes e delas se faziam têxteis para o lar.
Aos melhores tecidos e ainda com alguma “vida”, ou se faziam aplicações, bordados…ou viravam -se os tecidos pelo avesso e assim muitos homens e mulheres bem janotas saíram à rua com seu fatinho em 2.ª Mão, todos catitas, aprimorados e orgulhosos da sua figura.
Assim, e agora pelos melhores motivos que é a “Saúde do Planeta”, e consequentemente a nossa saúde, se torna necessário reformularmos os nossos hábitos e conceitos de compras.
Foi por volta de 2009 que começámos a ouvir falar de moda sustentável. Mas na realidade esse termo chegou até nós assim tão de repente que não foi fácil de absorver e perceber de uma assentada do que estávamos a falar. Vários cientistas estudaram o planeta e perceberam que ele estava a ficar doente.
Depois chegaram de todo o lado ambientalistas que propagaram o tema da sustentabilidade e o assunto começou a correr mundo. Afinal ninguém gosta de estar doente e o facto de o mundo onde vivemos estar realmente doente não é de todo agradável. Para muita gente ainda não é uma preocupação, mas é sem dúvida um assunto muito sério que deve ser falado.
Vamos pôr as coisas de forma simples: o mundo está doente por causa da poluição, emissão de co2, gastos abusivos de água, desflorestamento desenfreado, superlotação populacional,…..
É urgente tratar O MUNDO que direta ou indiretamente afeta todos nós e que com toda a certeza terá influência também na nossa saúde e nas gerações futuras.
Para tal e no que respeita à moda, cabe-nos explicar um pouco do que podemos e devemos fazer para reduzir os danos facilitando assim a recuperação, apesar de lenta, do planeta e remontarmo-nos a certas práticas que já vêm do antigamente como referi ali há pouco.
Se pensarmos bem, roupa sustentável é aquela que já existe e procurar desenvolver a sua sustentabilidade é, por exemplo, usarmos mais vezes a mesma peça, fazermos menos lavagens (que ressalta na poupança de água), mais cuidados na manutenção e no momento em que a guardamos no nosso armário, o modo como o fazemos.
Mas comecemos por:
Reciclar -imagine que o seu vestido preferido deixou de lhe servir, mas o tecido é maravilhoso. Então porque não refazê-lo para a sua neta e ainda com o que sobra, fazer um vestidinho para a boneca preferida?
E aquela descoberta fantástica de tijolos feitos com desperdícios de tecido prensado que poderão ser uma forma de construção habitacional no futuro? Ou porque não fazer enchimento para as almofadas do seu sofá?
Up Cycling/Renovar - quem não tem aquele blazer, que lhe assenta que nem uma luva, mas por um azar se rasgou ou caiu-lhe um molho incrível que o manchou todo? Ora nada como aplicar um emblema ou retalho que pode você mesma pintar ou bordar. Essa peça será única e terá uma nova vida. Pode até ser responsável por uma “nova imagem de marca”.
Reutilização - E o que vamos fazer àquelas roupas que se tornaram obsoletas aos nossos olhos e que nem o armário as suporta mais? Podemos então começar por olhar para elas de outro modo considerando que a moda vintage está no auge. Damo-nos assim a oportunidade de experimentarmos um novo conceito. Podemos também oferecer a alguém que irá com a sua personalidade dar-lhe uma nova vida. Ou então destinar essa roupa para venda, pois sabemos que alguém ao comprar a peça, por mais simbólica que seja a quantia, pensou se queria realmente a peça ou não e comprometeu-se, tendo mais probabilidade de dar o uso que a sua nova peça merece!
Reparar/restaurar- aquela camisa sem botão, com empenho e criatividade, pode, de repente, tornar-se num “must” da moda como consequência da sua magia na reparação. Ponha um botão novo, diferente, ou então assuma essa falha! Tal como os sapatos que se esbardalharam num degrau! Acha que terão de sofrer a humilhação de ir para o lixo? Nahhhhh, Nada que uma lixa macia, uma boa graxa é uma flanela velha para puxar o lustro não resolva.
Redução - e porque não reduzir o impulso da compra fast-fashion? Mas já que precisa de um “consolo”, pelo menos utilize a moda em segunda mão! Já deram uma vista de olhos nas lojas em segunda mão e na Retry? A grande parte das peças em segunda mão, é nova, podia estar perfeitamente numa loja que teria o mesmo brilho.
Com estas medidas, entre muitas outras, os aterros ficarão mais desertos e o planeta agradece. Não o curamos, de todo, mas pelo menos demos-lhe um bom soro que muito ajuda na recuperação.
Vemo-nos em breve!
By Maria Pia
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