A Moda faz parte integrante das nossas vidas.
24 horas por dia queremos estar na moda, mesmo quando ficamos em casa e mesmo para dormir. E ainda bem!
Acordar, olhar para o espelho e ver a cara ensonada e despenteada mas com um pijama lindo e confortável é meio caminho andado para que o dia comece mais leve e confiante.
Quer fique ou não em casa também o conforto é uma das minhas prioridades.
Já lá vão os anos em que o que interessava era estar na moda a qualquer custo.
Lembro-me, que muito nova, achava que valia a pena suportar os sapatos mais altos e chegar ao fim do dia com as pernas a gemer como se tivesse feito uma maratona. Lembro-me também de usar uma roupa tão justa, tão espartilhada que me custava até a respirar. Mas era muito jovem e nessa altura não havia a oferta que há hoje nem a noção de moda e estilo que muitos jovens felizmente já sabem e pretendem vincar.
Usar moda confortável e adequada ao seu biótipo é também uma forma de sustentabilidade. As escolhas são muito mais responsáveis e passa a existir a preocupação para que elas durem mais, uma vez que a fast fashion rapidamente substitui os modelos por outros igualmente bonitos, mas por vezes já com outro design e qualidade de materiais que nem sempre conseguem superar os que estamos habituadas a usar.
Poupo, portanto, dinheiro porque não preciso de comprar tanto. Por vezes, na falta de não conseguir comprar o modelo que tanto usei mas que já não se faz, dou comigo a fazer algumas aplicações de tecidos ou bordados e dou uma nova vida àquela peça que estava já em pré-coma, mas que é a que me dá o conforto necessário.
Pois é, percebi que a minha sustentabilidade é tão importante como a do planeta e que com esta atitude estou também a contribuir para a melhoria da minha qualidade de vida e para o melhor bem estar do mundo em que vivemos.Além disso procuro o alfaiate ou a costureira e com isso estou também a contribuir e encorajar para manter estas profissões vivas.
Há peças que me custam imenso desligar delas. Estou a falar mesmo de básicos! Mas que eram tão bem construídos e estruturados que agora são muito difíceis de encontrar. E é com o “medo” de ter um suportar junto ao corpo tecidos menos “meigos” que surge o alento para a reutilização e recuperação das minhas queridas peças.
É claro que todo o desenvolvimento tecnológico também me ajuda com as novas informações e instruções.
Mas, desengane-se quem pensa que não gosto também de umas compras fast fashion. Tudo tem o seu espaço e só assim se está a conseguir contrabalançar os exageros de uns e o consumo mais moderado de outros.
Mas para que tudo resulte bem, há que ter também a noção do seu corpo e “apurar o olhar”. Quero com isto dizer que é importante olhar o mundo e seus detalhes com uma visão mais pormenorizada.
Apesar da moda ser democrática não assenta a todos da mesma forma. É preciso saber qual o seu biótipo e depois de saber o que lhe é mais recomendável e favorável, então sim, use e abuse da sua criatividade e crie o seu estilo.
Como se sabe “a criatividade não deixa de ser um arranjo original composto por informações recolhidas ao longo de séculos” e que adquirimos diariamente através da cultura e da nossa forma de estar na vida. E é aqui que com a recriação das peças que já tem e às quais vai dar vida nova, contribui para a sustentabilidade e para um “revival style”.
Como o estilo não é estático são estas novas adaptações, o correr dos anos e consequente mudança dos nossos comportamentos, objectivos e gostos que nos levam a construir novos conceitos de estilo sem perdermos a nossa identidade.
Assim mais do que estar na moda é o estilo que o/a define. Não se deixe possuir pela moda. Até porque moda pode comprar, estilo não.
A moda sai de moda, mas o Estilo fica como nos disse a Coco Chanel.
E estilo é muito mais do que roupa!
Estilo é saber conjugar cores, padrões, modelos e adequá-los ao seu corpo.
Estilo é também a sua própria forma de estar na vida e a sua forma de se relacionar com os outros.
Estilo é saber conjugar acessórios com o seu outfit.
Estilo é a graciosidade dos gestos e a gentileza do sorriso.
Estilo é também saber as regras de uso das peças e mais ainda é saber quebrá-las com Estilo.
Estilo é saber usar e abusar de uma excentricidade sem magoar os outros.
Estilo é saber-se cortejar.
Estilo é fincar a sua opinião e aceitar a dos outros.
Estilo é a confiança com que se olha ao espelho e se acha “gorgeous“.
Estilo não se compra, constrói-se!
Mas o Estilo não é elitista nem o ADN o determina.
Ter roupas de “marca” não significa ter estilo. As “marcas” com as características próprias dos seus criadores são apenas orientações. Criam tendências. São apenas importantes pois estão muito atentas à evolução do lifestyle e procuram colmatar com a sua visão alargada e a própria “chancela” as lacunas que percebem haver e assim se vão adequando à evolução da espécie e ao seu modo de estar na vida.
Saber respeitar e manusear com destreza e intuição todas estas características, isto sim é Estilo!
Estilo não é para ricos, nem para pobres.
Estilo é carácter com pitadas de carisma, bom humor, sentido de oportunidade e a expressão na 1ª pessoa da sua personalidade através da criatividade que apostou nas escolhas.
E nunca se esqueça: “vista-se para a pessoa mais importante do mundo que é você mesma”!
Maria Pia
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Maria José Ferreira
% B% d,% Y
Adorei! Identifico me mesmo, com o retratado. A minha concepção, também! 😉 Muito Bom, Parabéns, Maria Pia! 💙